Sexo Lésbico Também Precisa de Proteção!

          A relação sexual entre pessoas do mesmo sexo pode acontecer de várias formas e o sexo lésbico pode ocorrer por tribadismo, oral-vaginal, penetração digital dentre outras. Um estudo de Botucatu que ocorreu em 2017 demonstrou que das 150 mulheres que tinham relação sexual com outras mulheres, participantes da pesquisa, mais de 45% tinham alguma IST.
            Apesar de ainda muito tabu dentre a sociedade brasileira, há que se pensar na pluralidade de orientações sexuais e ainda nas várias formas de obtenção de prazer sexual entre pessoas diferentes. A partir disso, é necessário combinar a proteção com o prazer em todos os casos. Entretanto, segundo a médica de família e comunidade da Unicamp Thais Machado Dias, acredita-se que a sociedade, por ser machista, interfira  na disseminação do conhecimento de sexo lésbico, dado o grande enfoque ao órgão genital masculino e a participação masculina na relação sexual.
            É importante salientar que o sexo lésbico pode transmitir as doenças do sexo normativo – HIV, HPV, sífilis, gonorreia, clamídia, herpes - e por isso é necessário a prevenção. Porém, não existe um método de barreira que seja específico a esse tipo de sexo e sendo assim, faz-se adaptações dos métodos convencionais para aliar prazer a proteção. São utilizados principalmente camisinha masculina adaptada, camisinha feminina, luva e dental dam – material utilizado por dentistas para isolar a boca em cirurgias.

Fonte: https://super.abril.com.br/saude/quais-sao-as-doencas-transmissiveis-no-sexo-entre-duas-mulheres/

Fonte: https://medium.com/@sogimig/camisinha-feminina-a-melhor-amiga-da-mulher-b79480101d28


Fonte: https://www.healthline.com/health/healthy-sex/dental-dam.

            Há que se considerar ainda a necessidade de conversar com profissionais de saúde que sejam aptos para passar informações corretas. Entretanto, a realidade brasileira ainda é a dificuldade em encontrar profissionais adequados já que “[...] os profissionais não foram preparados para essa assistência adequada à população lésbica, e só vão ser à medida que o movimento lésbico, em parceria com os movimentos feministas, e LGBT forem construindo a pressão social e essa demanda, seja coletivamente nos coletivos, na mídia, seja individualmente nas consultas,” afirma Dias. Além disso, outra dificuldade segundo Rita Helena Borret médica de família e comunidade, membro do Grupo de Trabalho – Gênero, Sexualidade, Diversidade e Direitos da Sociedade Brasileira de Medicina de família e Comunidade, as mulheres lésbicas tem dificuldade de se assumir para profissionais de saúde e em público; fato esse que dificulta ainda mais no processo de orientação.
            Sexo deve ser seguro independente da orientação sexual e da prática sexual!




REFERÊNCIAS
Disponível em: http://diariodepetropolis.com.br/integra/mulheres-lesbicas-precisam-de-orientacao-quanto-a-infeccoes-sexualmente-transmissiveis-154768. Acesso em 30 de agosto de 2018.
Disponível em: https://www.geledes.org.br/precisamos-falar-da-prevencao-de-dsts-entre-lesbicas-e-bissexuais/  . Acesso em 28 de agosto de 2018.
Disponível em: https://super.abril.com.br/saude/quais-sao-as-doencas-transmissiveis-no-sexo-entre-duas-mulheres/ . Acesso em 28 de agosto de 2018.

Mycoplasma genitalium: a IST pouco conhecida que vem alarmando médicos europeus



Uma infecção sexualmente transmissível (IST) ainda pouco frequente no Brasil tem se tornado motivo de preocupação para médicos e pesquisadores do Reino Unido, devido à possibilidade de se tornar uma bactéria super-resistente aos antibióticos mais conhecidos. Trata-se do Mycoplasma genitalium, uma bactéria que ataca o trato geniturinário e afeta tanto homens quanto mulheres.


Fonte: Fine Art America
 
A transmissão da bactéria ocorre por meio de relações sexuais desprotegidas com um parceiro contaminado. Nos homens, ela causa uretrite, ou seja, inflamação da uretra, a qual pode se manifestar por dor e ardor ao urinar, saída de secreção purulenta pelo canal da uretra, vermelhidão na cabeça do pênis e desconforto permanente no órgão. É nas mulheres, no entanto, que a infecção pode ter sintomas e desdobramentos mais graves. A inflamação pode acometer o útero e as tubas uterinas, causando dor - a qual pode estar presente inclusive durante a relação sexual, febre, sangramento e até mesmo infertilidade. Além disso, quando a mulher consegue engravidar, a bactéria causa um risco aumentado de gravidez ectópica, aborto espontâneo e outras complicações na gestação.
Os sintomas da infecção pelo M. genitalium podem ser confundidos com sintomas de outras ISTs mais conhecidas no Brasil, como a clamídia e a gonorreia, que são causadas, respectivamente, pela Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae. Mas a infecção também pode ser assintomática, fazendo com que os pacientes contaminados não busquem tratamento e disseminem o microganismo.
Essa bactéria já é conhecida pelos pesquisadores da área da saúde pelo menos desde 1980. No entanto, o que a tornou alvo de atenção na atualidade é a resistência que ela vem adquirindo aos antibióticos comumente utilizados no tratamento. Essa resistência vem ocorrendo, principalmente, devido ao uso não racional de antibióticos, que faz com que cepas resistentes de bactérias sejam selecionadas. De acordo com o médico Paddy Horner, da Associação Britânica de Saúde Sexual e HIV (BASHH, sigla em inglês), antes de 2009, quase todas as infecções por M. genitalium eram sensíveis ao tratamento com macrolídeos – uma classe de antibióticos. Atualmente, a resistência dela a essa classe de medicamentos já chega a aproximadamente 40%.
O M. genitalium não possui membrana plasmática, uma espécie de “carapaça” que envolve vários tipos de bactérias. Essa característica, isoladamente, já faz com que ela seja resistente a antibióticos cujo mecanismo de ação é a degradação dessa membrana. Além disso, a bactéria tem demonstrado a capacidade de criar resistência aos antibióticos comumente utilizados em sua erradicação. De acordo com o ginecologista Newton Sérgio de Carvalho, membro da Comissão Especializada de Doenças Infectocontagiosas da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), a M. genitalium apresenta uma média de 5 a 10% de resistência às quinolonas, outra classe de antibióticos.


Fonte: Portal Saúde no Ar
 
Devido a essa resistência, as autoridades em saúde do Reino Unido têm buscado estabelecer novas diretrizes para o diagnóstico e tratamento da infecção pelo M. genitalium, na tentativa de evitar que a situação se torne uma calamidade de saúde pública. Apesar da resistência, a base do tratamento continua sendo o uso de antibióticos, que geralmente são ministrados em dose única. Vale lembrar que antibióticos devem ser sempre receitados por um médico e utilizados conforme orientação.
De acordo com o Ministério da Saúde (MS), a realidade do Brasil com relação a essa bactéria ainda é muito diferente daquela verificada no Reino Unido, mas, mesmo assim, é necessário identificar e tratar os pacientes infectados para interromper a cadeia de transmissão da infecção. Uma vez que no Brasil a infecção não é de notificação compulsória, o MS desconhece o número exato de pessoas infectadas. Contudo, o órgão divulgou em nota que vem monitorando desde o ano passado a ascensão do M. genitalium, “que ocorre principalmente no continente europeu, tanto pelo aumento da prevalência quanto pelo aumento da resistência antimicrobiana”, e o que se sabe até o momento, a partir de estudos de prevalência regionais, é que a M. genitalium é menos comum do que outras ISTs, como a clamídia e a gonorreia.
A prevalência da bactéria na população geral é de 1 a 2%, podendo chegar a cerca de 10% entre adolescentes, segundo Newton Sérgio de Carvalho. O médico afirma que ela deve ser foco de atenção em todos os países. “É pouco conhecida. Ficamos com a clamídia no foco e se perde a M. genitalium, o que não deveria acontecer. A clamídia tem muito menos resistência e responde melhor aos antibióticos mais simples”, afirma. Ele destaca ainda que, das pessoas contaminadas, apenas 10% apresenta sintomas.
O diagnóstico é feito de maneira clínica - ou seja, a partir dos sinais e sintomas - na maioria dos casos. “Se há acometimento maior dos órgãos genitais e sistema urinário, pode ser necessário fazer uma pesquisa laboratorial da secreção para definir o melhor antibiótico”, explica o ginecologista Matheus Beleza, do Hospital Santa Luzia. Identificar a bactéria propriamente dita é um processo um pouco mais complexo, que pode ser feito por meio de uma técnica de biologia molecular na qual fragmentos da bactéria são amplificados. Esse teste não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Também existem testes que permitem identificar qual o tipo de resistência que a bactéria apresenta, mas, devido ao elevado custo, são ainda menos acessíveis. No Reino Unido, os testes para detectar a bactéria não estão disponíveis em todas as clínicas. No entanto, os médicos podem obter um diagnóstico enviando amostras para o laboratório da Public Health England - a agência executiva do Departamento de Saúde e Assistência Social.


Fonte: A+ Medicina Diagnóstica

De acordo com Newton Sérgio de Carvalho, a infecção é primeiramente tratada com um tipo de antibiótico ao qual ela apresenta uma resistência de 20% a 30%. Caso o tratamento não seja bem-sucedido, lança-se mão de outro antibiótico, ao qual a resistência da bactéria é de 3% a 5%. Se ainda assim não há sucesso no tratamento, estudos - ainda iniciais - preveem a associação de antibióticos. No entanto, essa associação deve ser feita com parcimônia, diz o médico, para evitar o aumento da resistência bacteriana.
A melhor forma de evitar o M. genitalium é a prevenção, com o uso de preservativo. Tanto a camisinha feminina quanto a masculina são distribuídas gratuitamente pelo SUS, podendo ser retiradas nas unidades de saúde ou em serviços como os Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs). Além disso, segundo Matheus Beleza, “é possível reduzir fatores que abaixam a imunidade, como uso de cigarro e álcool”. Matheus também destaca que “Pacientes com múltiplos parceiros correm mais risco”. Dessa forma, reiteramos que a camisinha deve ser utilizada em todas as relações sexuais.


Fonte: Grupo Gay da Bahia


REFERÊNCIAS

CAVALCANTE, Isabella. Mycoplasma genitalium: IST resistente pode se espalhar pelo Brasil. Disponível em: <https://www.metropoles.com/vida-e-estilo/bem-estar/saude-bem-estar/mycoplasma-genitalium-ist-resistente-pode-se-espalhar-pelo-brasil>. Acesso em: 05 ago 2018.

FOLHA DE S. PAULO. DST pouco conhecida assusta médicos europeus por resistência a antibióticos. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2018/07/dst-pouco-conhecida-assusta-medicos-europeus-por-resistencia-a-antibioticos.shtml>. Acesso em: 05 ago 2018.

G1 - BEM ESTAR. Doença sexualmente transmissível pouco conhecida se alastra e alarma médicos por resistência a antibióticos. Disponível em: <https://g1.globo.com/bemestar/noticia/doenca-sexualmente-transmissivel-pouco-conhecida-se-alastra-e-alarma-medicos-por-resistencia-a-antibioticos.ghtml>. Acesso em: 05 ago 2018.

MOURA, Renata. Mycoplasma genitalium: Doença sexualmente transmissível pouco conhecida se alastra e alarma médicos por resistência a antibióticos. Disponível em: < https://www.bbc.com/portuguese/geral-44792267>. Acesso em: 05 ago 2018.

YAHOO! NOTÍCIAS. Resistente, DST se alastra e alarma médicos por resistência. Disponível em: <https://br.noticias.yahoo.com/resistente-dst-se-alastra-e-alarma-medicos-por-resistencia-133423008.html>. Acesso em: 05 ago 2018.

Médico brasileiro busca a cura definitiva do HIV combinando tratamentos e vacina personalizada


Há seis anos, o infectologista Ricardo Diaz devota a maior parte do tempo do seus dias à solução de um problema global: a infecção pelo vírus HIV
Diaz, que é pesquisador da Escola de Medicina da Unifesp, lidera um estudo que, no último ano, conseguiu erradicar completamente o vírus HIV de duas pessoas soropositivas, segundo os resultados.
Agora, elas estão sendo acompanhadas para ver como seu organismo reage sem o tratamento experimental.
A infectologista Melissa Medeiros, especialista em HIV e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, diz que a pesquisa é "extremamente promissora" e "traz esperança, acima de tudo". No entanto, ela afirma que é preciso avançar nos testes para saber qual seria o impacto do tratamento nas pessoas.
"Quando se fala de algo assim, as pessoas já acham que a cura chegou. Mas é importante saber que há um tempo de pelo menos cinco a 10 anos até as pesquisas chegarem à população. É preciso bastante tempo até sabermos se a pesquisa será mesmo bem-sucedida e se é segura".


Células na corrente sanguínea


Impedindo a volta do vírus HIV
O tratamento contra o HIV disponível atualmente no Sistema Único de Saúde (SUS) é um coquetel de três medicamentos que inibe o máximo possível a reprodução do vírus no corpo, enquanto mantém o sistema imunológico atuante e protege contra infecções oportunistas.
O HIV, no entanto, não é completamente eliminado do organismo, e pode voltar.
A equipe de pesquisadores brasileiros fez uma combinação de medicamentos já utilizados em todo o mundo com mais duas substâncias ainda não usadas neste tipo de tratamento e vacinas personalizadas, feitas com base no DNA de cada participante.
"É a primeira vez no mundo que alguém experimenta esse tratamento específico que fizemos, e a primeira vez que temos resultados tão positivos na primeira etapa. Estamos dando mais um passo na direção da cura", afirmou Diaz 
A primeira etapa do estudo de Diaz - feito com 30 pessoas - foi finalizada. Apenas cinco delas receberam a combinação completa de tratamentos, e entre elas, duas parecem estar livre do vírus, de acordo com os exames. Este grupo deve ser expandido para pelo menos 50 pessoas até o fim do ano.

Qual o objetivo do novo tratamento?
O tratamento proposto pelos pesquisadores brasileiros quer chegar à "cura esterilizante", que é a eliminação completa do vírus, sem a possibilidade de que ele volte a se replicar - algo que atualmente pode ocorrer se o soropositivo para de tomar o coquetel.
"Atualmente, nós tratamos a pessoa, o vírus morre, paramos de tratar, e o vírus volta. Isso ocorre porque o vírus continua se multiplicando no corpo da pessoa mesmo com o tratamento eficiente", explica o infectologista
De acordo com Diaz, a cura total de pacientes com HIV enfrenta três grandes obstáculos - o fato de que o vírus continua se replicando no corpo mesmo com o coquetel, que apenas mantém essa replicação baixa; o fato de que o vírus fica latente, ou seja, "adormecido", e pode voltar à atividade de maneira aleatória; e a existência dos "santuários", locais do corpo humano onde os medicamentos são pouco distribuídos e o HIV pode continuar se desenvolvendo.
"O que fizemos foi combinar tratamentos que pudessem superar todas estas barreiras", afirma.

Como funcionaram os testes
O estudo foi feito inicialmente em 30 pacientes, divididos em grupos de cinco pessoas. Cada um deles experimentou uma combinação diferente, e o último grupo usou todos os tratamentos em conjunto.
Além do coquetel antirretroviral, eles usaram a nicotinamida, ou vitamina B3, um suplemento alimentar que é vendido em farmácias, mas nunca foi usado contra o vírus HIV. Ele "acorda" as células com o vírus latente no corpo.
A pesquisa usou também o sal de ouro, medicação usada para tratar doenças como artrite que não chega a despertar as células com HIV, mas as leva a um "suicídio", explica Diaz.
E, para eliminar os "santuários" de vírus no organismo dos pacientes, os pesquisadores desenvolveram, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), uma complexa vacina personalizada, que faz com que o sistema imunológico volte a reconhecer o vírus dentro do corpo, encontre esses santuários e mate o vírus.
"Desenhamos, de acordo com o perfil genético da pessoa, o pedacinho do vírus que seria importante pra despertar o seu sistema imunológico", diz o infectologista.
Nas cinco pessoas do grupo 6, que fizeram o tratamento completo, a quantidade de vírus diminuiu mais do que em todas as outras. E em duas delas, o vírus sumiu completamente das células.
"Agora estamos estudando como fazer a interrupção desse tratamento, para ver se elas permanecem sem o vírus por mais tempo. Depois, vamos expandir o estudo."

Se for bem-sucedido, o tratamento para curar o HIV seria muito caro?
Diaz afirma que uma vacina personalizada para cada paciente soropositivo no Brasil - e no mundo - seria muito custosa, ainda que ele não tenha uma estimativa real do valor gasto em sua pesquisa até agora.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BBC News Brasil. O médico brasileiro que busca a cura definitiva do HIV combinando tratamentos e vacina personalizada. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/brasil-44774194> . Acesso em: 31 jul 18.

ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA - UNIFESP. O médico brasileiro que busca a cura definitiva do HIV combinando tratamentos e vacina personalizada. Disponível em: <https://www.unifesp.br/campus/sao/epm/epm-noticias/442-o-medico-brasileiro-que-busca-a-cura-definitiva-do-hiv-combinando-tratamentos-e-vacina-personalizada>. Acesso em: 31 jul 18.

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