HPV e Câncer



            Foi realizado no Brasil em 2017 um estudo multicêntrico que avalia a prevalência do HPV no Brasil e seus tipos. A pesquisa foi realizada pelo Hospital Moinho de Vento em parceria com a secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e órgãos internacionais.
            O HPV está relacionado com neoplasias vulvares, penianas, anal e orofaríngea, além do fato de 99% dos cânceres de colo de útero ter relação com o vírus, principalmente o sorotipo 16 e 18. No Brasil, é o terceiro tipo de câncer mais prevalentes em mulheres e a quarta causa de morte nesse público, além de ser responsável por mais de 5.000 mortes por ano.
            A transmissão do vírus ocorre por contato com mucosa infectada por meio de relação sexual desprotegida com parceiro(a) doente. Além disso, pode ser transmitida de mãe para filho(a) pela placenta.
            O sintoma mais comum da infecção são verrugas na área genital e anal, que podem ser de tamanho variável, com ou sem prurido. Essas verrugas podem demorar de 2 a 8 semanas para aparecer após a infecção e desaparecem em até 2 anos devido ação do próprio sistema imunológico. Cerca de 5% de casos de HPV evoluem para câncer de colo de útero. Sendo ainda importante salientar que não existe tratamento específico para o HPV.

                       Fonte:www.drfranciscogonzaga.com.br/site/hpv-entenda-o-que-e-e-como-se-prevenir/

            A principal forma de prevenção para as mulheres é realizar o exame Papanicolau, conhecido popularmente como “preventivo”. O exame deve ser feito por mulheres que tenham vida sexual ativa ou que tenham entre 25 e 64 anos a cada ano. Caso mais de dois exames tenham resultado negativo pode ser feito de três em três anos. Além disso, é valido lembrar: sempre usar camisinha durante relação sexual e se vacinar caso faça parte do grupo estabelecido pelo Ministério da Saúde.
Quem deve ser vacinado?
Meninas de 9 a 15 anos incompletos;
Meninos de 11 a 15 anos incompletos;
Pacientes oncológicos em tratamento com radioterapia e/ou quimioterapia;
Pacientes transplantados;
Pessoas de 9 a 26 anos portadores do vírus HIV.
Dicas para diminuir os riscos de contrair HPV:
- Ter menos parceiros(as) sexuais;
- Usar preservativo durante toda a relação sexual;
- Tomar vacina.


Fontes:
Disponível em: http://www.oncoguia.org.br/conteudo/quais-sao-os-sintomas-do-hpv/2577/488/. Acessado em 16 de outubro de 2018.
Estudo Epidemiológico sobre a Prevalência Nacional de Infecção pelo HPV (POP-Brasil): Resultados preliminares – Associação Hospitalar Moinhos de Vento – Porto Alegre, 2017 120 p.


Gonorreia: perguntas e respostas


A gonorreia é uma das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) mais comuns na atualidade. Recentemente, um caso de gonorreia resistente à maioria dos antibióticos deixou alarmados os profissionais da saúde ao redor de todo o mundo. Os primeiros relatos sobre sua ocorrência datam de milhares de anos, podendo ser encontrados no Antigo Testamento e em outros escritos antigos. Mesmo sendo conhecida há bastante tempo, a gonorreia continua sendo muito comum e causando, por vezes, desdobramentos graves. Por isso, vamos reforçar informações sobre essa infecção.

Quem é o agente causador?

O agente causador da gonorreia é a bactéria Neisseria gonorrhoeae, um diplococo Gram-negativo.


Como a gonorreia é transmitida?

A transmissão ocorre pelo contato sexual desprotegido com um indivíduo infectado ou, ainda, da mãe infectada para o bebê durante o parto. A chance de transmissão da gonorreia em uma relação sexual com indivíduo infectado é de aproximadamente 50%.

Quais são os sinais e sintomas da gonorreia?

O período de incubação, ou seja, o intervalo entre o contágio e o aparecimento de sinais e sintomas, dura de 2 a 7 dias. As manifestações dessa patologia são diferentes entre homens e mulheres e, em uma parcela dos indivíduos, a gonorreia pode permanecer assintomática.
No homem, a gonorreia causa a chamada uretrite, ou seja, inflamação da uretra. O quadro clínico se inicia com prurido na fossa navicular (sensação de coceira na parte distal da uretra, que está na região da glande do pênis). Entre 1 e 3 dias, o indivíduo passa a apresentar disúria (ardor ao urinar) e saída de corrimento pelo canal da uretra. Este corrimento pode se iniciar em pouca quantidade e com aspecto mucoide, mas ao longo dos dias vai se tornando mais abundante e adquire aspecto purulento. Na ausência de tratamento, o quadro se propaga para o restante da uretra, podendo surgir polaciúria (aumento do número de micções com pouca saída de urina em cada uma delas) e sensação de peso no períneo. Também pode ocorrer a epididimite, que é a inflamação do epidídimo, uma estrutura adjacente aos testículos. Com isso, os testículos podem ficar edemaciados (inchados) e doloridos. Alguns pacientes podem apresentar hematúria (sangue na urina) ao final da micção e febre. 





Na mulher, a gonorreia causa a cervicite, ou seja, inflamação da cérvice uterina (colo uterino). Inicialmente, surgem sintomas como corrimento vaginal, que costuma ser espesso, amarelo-esverdeado e fétido; disúria (ardor ao urinar) e dispareunia (dor durante o ato sexual). Ao exame ginecológico, é possível ver a saída de secreção purulenta pelo colo do útero, o qual pode ficar edemaciado (inchado) devido a inflamação e sangrar facilmente quando tocado. Se não tratada, a cervicite pode se estender a todo o útero e aos seus anexos (tubas uterinas e ovários), causando a doença inflamatória pélvica (DIP), a qual pode levar a gravidez ectópica, abortamento, esterilidade e dor pélvica crônica. A febre também pode estar presente. 


Além destes sinais e sintomas, a gonorreia pode apresentar outras manifestações menos comuns:
  • Perihepatite ou síndrome de Fitz-Hugh-Curtis: ocorre quando a inflamação se estende da tuba uterina até a cápsula hepática e ao peritônio adjacente. Provoca dor e sinais de peritonite (inflamação do peritônio) no quadrante superior direito do abdome. Também podem ocorrer náuseas e vômitos. 
  •   Gonorreia retal: pode ser assintomática ou apresentar sintomas como prurido retal, saída de secreção purulenta pelo ânus, sangramento e constipação intestinal (“intestino preso”)
  • Faringite gonocócica: pode ser assintomática ou se apresentar com aspecto semelhante a outras infecções bacterianas da faringe, com placas esbranquiçadas e hiperemia (vermelhidão) da mucosa.
  • Conjuntivite: geralmente ocorre por autoinoculação do indivíduo infectado com a gonorreia genital; pode ocorrer conjuntivite grave, com exsudato purulento e ulceração da córnea. Nas maternidades, é aplicado em todos os recém-nascidos um colírio com nitrato de prata, a fim de evitar a conjuntivite gonocócica neonatal.
  • Infecção gonocócica disseminada (IGD): essa forma de manifestação da infecção ocorre quando a bactéria se dissemina pela via hematogênica, ou seja, através da corrente sanguínea. A afecção mais frequentemente verificada é a artrite gonocócica, caracterizada por poliartralgia e poliartrite migratória (dor e inflamação em várias articulações, migrando de uma articulação para outra). A artrite gonocócica é a forma mais comum de artrite infecciosa. Também podem estar presentes lesões cutâneas, além de febre e mal estar. Há relatos de complicações como endocardite, meningite e osteomielite, que são, contudo, mais raras.

Como saber se eu tenho gonorreia?

Ao perceber qualquer uma das alterações descritas, é recomendável procurar o serviço de saúde. O diagnóstico da gonorreia deve ser dado por um médico, e é eminentemente clínico, ou seja, baseado nos sinais e sintomas apresentados pelo paciente. Também há testes que podem comprovar a ocorrência da infecção, como: coloração de Gram, bacterioscopia, cultura da bactéria, reação em cadeia da polimerase (PCR) e teste de amplificação de ácidos nucleicos (NAAT). Estes testes, no entanto, na maioria das vezes não são necessários, pois apenas os sinais e sintomas são suficientes para fechar o diagnóstico de gonorreia.

Fui diagnosticado com gonorreia. E agora?

Felizmente, a gonorreia tem cura. Seu tratamento é feito com antibióticos, como a ceftriaxona e o ciprofloxacino. Estes medicamentos só podem ser adquiridos com receita médica, e precisam ser tomados rigorosamente para garantir a eficácia do tratamento. Quando um indivíduo é diagnosticado com gonorreia, seu parceiro ou parceira também precisa ser tratado, e durante o período de tratamento, a atividade sexual deve ser evitada, para que não ocorra reinfecção.

Como evitar a gonorreia?

A única maneira eficaz de evitar a gonorreia é o uso de preservativo em todas as relações sexuais.




REFERÊNCIAS

BOTTEGA, A. et al. Abordagem das doenças sexualmente transmissíveis na adolescência: revisão de literatura. Saúde (Santa Maria) Suplemento, p. 91-104, 2016. 


PENNA, G. O.; HAJJAR, L. A.; BRAZ, T. M. Gonorreia. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 33(5):451-464, set-out, 2000.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE INFECTOLOGIA. Gonorreia. Disponível em: <https://www.infectologia.org.br/pg/986/gonorreia>. Acesso em 03 Out 2018.

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