De acordo com dados da UNAIDS,
estima-se que no ano de 2016 havia 36,7 milhões de pessoas no mundo vivendo com
o vírus HIV. Apesar de a terapia com medicamentos antirretrovirais ter
aumentado sensivelmente a sobrevida e a qualidade de vida dessas pessoas, a
AIDS segue sendo uma doença incurável. Pesquisas sobre uma possível cura ou
vacinas para a infecção pelo HIV sempre chamam muita atenção de cientistas,
profissionais de saúde e mesmo da população em geral.
Uma equipe de pesquisadores do
Instituto de AIDS da Universidade de Hong Kong, liderada pelo professor Chen
Zhiwei, desenvolveu um anticorpo que pode vir a ser utilizado para prevenção e
tratamento da infecção pelo HIV. O artigo referente à pesquisa, a qual foi
realizada em camundongos, foi publicado recentemente no “Journal of Clinical
Investigation”.
Os cientistas utilizaram
engenharia genética para criar um conjunto de anticorpos biespecíficos neutralizadores
– ou seja, que têm a capacidade de bloquear partes de vírus ou toxinas –
genericamente codificados chamado “BilA-SG”. Esse anticorpo tem a capacidade de
se unir à proteína CD4 das células e, assim, cria uma espécie de emboscada para
os vírus, protegendo os linfócitos T CD4+.
O anticorpo se mostrou eficaz
contra os três conjuntos de 124 cepas de HIV-1 geneticamente divergentes para
as quais foi testado, e por isso está sendo chamado de “anticorpo universal”.
Viu-se também que ele ocasiona a eliminação de todas as células infectadas com
o vírus.
De acordo com os pesquisadores,
uma vez que é difícil desenvolver um imunógeno apropriado para obter anticorpos
amplamente neutralizadores contra todos os subtipos de HIV-1, uma alternativa
viável seria desenvolver os anticorpos já existentes para imunização passiva, a
ser aplicada tanto em profilaxia como imunoterapia.
Muito
embora os resultados da pesquisa sejam promissores, ainda há várias etapas a
serem percorridas antes que esse anticorpo possa ser aplicado na prevenção e
tratamento da infecção pelo HIV. A equipe de cientistas afirma que pretende
utilizar o anticorpo em testes clínicos nos próximos 3 a 5 anos. Enquanto uma
vacina ou cura para o HIV ainda não é realidade, a melhor saída continua sendo
a prevenção. Dessa forma, ressaltamos que o uso do preservativo é essencial em
todas as relações sexuais.
EXAME. Cientistas chineses testam possível anticorpo universal contra HIV. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/ciencia/cientistas-chineses-testam-possivel-anticorpo-universal-contra-hiv/>. Acesso em 20 Jun 2016.
G1. Cientistas de Hong Kong dizem que novas pesquisas apontam para anticorpo universal para HIV. Disponível em: <https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/cientistas-de-hong-kong-dizem-que-novas-pesquisas-apontam-para-anticorpo-universal-para-hiv.ghtml>. Acesso em 20 Jun 2016
R7. Pesquisa em Hong Kong aponta para anticorpo universal para o HIV. Disponível em: < https://noticias.r7.com/saude/pesquisa-em-hong-kong-aponta-para-anticorpo-universal-para-o-hiv-15062018>. Acesso em 20 Jun 2016.