Um terço das pessoas diagnosticadas com câncer na garganta foi
infectado com uma forma do vírus HPV, sugere um estudo.
O HPV (papilomavírus humano) é a principal causa de câncer cervical, e o
vírus é conhecido por se espalhar através do contato genital ou oral.
Especialistas dizem que um estudo no periódico Journal of Clinical
Oncology, que quantifica a ligação entre o vírus e a doença , mostrou
"resultados impressionantes".
Existem mais de 100 tipos de HPV. A maioria das pessoas serão infectadas pelo
HPV em algum momento, mas na maior parte o sistema imunológico oferecerá
proteção.
Existem duas estirpes de HPV que são mais susceptíveis de causar câncer -
HPV-16 e HPV-18.
HPV-16 é supostamente responsável por cerca de 60% dos casos de câncer do
colo do útero, 80% dos casos de câncer no ânus e 60% dos cânceres orais.
Cerca de 1.500 pessoas são diagnosticadas com câncer de garganta a cada ano
no Reino Unido, com cerca de 470 mortes em decorrência da doença.
Benefício da sobrevivência
Este estudo analisou a ligação do HPV com câncer do fundo da garganta -
câncer de orofaringe.
Foram observados os resultados dos testes de sangue coletados de pessoas que
participaram de um grande estudo prospectivo em estilo de vida e câncer, que
eram todos saudáveis no início.
Todos cederam uma amostra de sangue, quando participam do estudo, e, neste
caso, os pesquisadores foram capazes de verificar a presença de anticorpos
contra uma das principais proteínas do HPV - o E6.
O E6 derruba parte do sistema de proteção das células que deveria prevenir o
desenvolvimento de câncer.
Ter os anticorpos significa que o HPV já superou este sistema de defesa e
provocou alterações - que podem ser cancerígenas - nas células.
Os pesquisadores compararam os resultados dos testes de sangue - alguns
realizados há mais de 10 anos - de 135 pessoas que desenvolveram câncer de
garganta com o de 1.599 pessoas sem câncer.
A equipe da Universidade de Oxford constatou que 35% das pessoas com câncer
na garganta tinham os anticorpos, em comparação com menos de 1% das pessoas que
estavam livres do câncer.
No entanto, esses pacientes eram mais propensos a sobreviver ao câncer de
garganta do que as pessoas cuja doença tinha outras causas, como uso de álcool
ou tabaco.
O estudo constatou que 84% das pessoas com os anticorpos ainda estavam
vivas
cinco anos após o diagnóstico, em
comparação com 58% daqueles sem os anticorpos.
Efeito mais amplo?
Foto: CDC/ Sol Silverman, Jr., DDS, 1999 |
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