O kit para realização do teste estará disponível em
todas as campanhas do Fique Sabendo, em serviços do SUS que atendem as
populações vulneráveis e nas farmácias da rede pública
Um novo teste rápido de AIDS realizado por fluido
oral estará disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), a partir de março de
2014. O resultado sai em até 30 minutos. A portaria que normatiza a medida foi
publicada nesta quarta-feira (18) pela Secretaria de Vigilância em Saúde do
Ministério da Saúde. O novo diagnóstico será ofertado para a população em todas
as campanhas do Fique Sabendo, nos serviços do SUS que atendem as populações
vulneráveis e nas farmácias da rede pública. Testes com essa metodologia, que
possuírem registro na Anvisa, também poderão ser vendidos em farmácias da rede
privada.
Inicialmente, o teste com fluido oral será
utilizado por 40 ONG parceiras do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais,
do Ministério da Saúde, que atuam em 21 estados e no Distrito Federal. Terão
prioridade para utilização do novo método, durante esta fase inicial - prevista
para março do próximo ano - as populações que apresentam maior vulnerabilidade
à infecção pelo HIV (homens que fazem sexo com homens, gays, profissionais do
sexo, travestis, transexuais, pessoas que usam drogas, pessoas privadas de
liberdade e em situação de rua).
“Em um segundo momento, o diagnóstico estará
disponível para todas as pessoas que quiserem realizá-lo, inclusive como
autoexame. A sua grande vantagem é a segurança e a confiabilidade, além de não
necessitar de infraestrutura laboratorial”, explica o ministro da Saúde
Alexandre Padilha.
Na apresentação disponível nas farmácias, os testes
terão uma bula explicativa, com informações detalhadas do passo a passo para a
sua realização; orientações para procurar serviço de saúde, caso o resultado dê
positivo; e o número de telefone disponível para responder a dúvidas. “As
pessoas que, eventualmente, não se sentirem à vontade para ir a um centro de
saúde ou a um laboratório, poderão fazer o teste com privacidade, em sua
própria casa, no horário e da forma que quiserem”, ressaltou o ministro.
O kit para a realização do teste está sendo
produzido pelo laboratório Bio-Manguinhos/Fiocruz e contém uma haste coletora
descartável (swab) - de uso único - para obtenção de fluido oral; um frasco com
solução, no qual é colocada a haste coletora após a obtenção da amostra; um
frasco com o tampão de corrida de reação; e um suporte plástico de teste, em
que ocorrerá a reação e a revelação do resultado.
Como pré-requisto para fazer o diagnóstico oral, é
necessário que, nos 30 minutos anteriores, a pessoa evite ingerir alimento ou
bebida, fumar ou inalar qualquer substância, escovar os dentes e usar
antisséptico bucal. Também se deve retirar o batom e evitar realizar atividade
oral que deixe resíduo. O fluido do teste oral é extraído da gengiva e do
começo da mucosa da bochecha, com o auxílio da haste coletora. O resultado sai
em até 30 minutos. O aparecimento de uma linha vermelha significa que a amostra
não é reagente. Duas linhas vermelhas indicam que naquela amostra há anticorpos
anti-HIV, ou seja, o teste é positivo.
MANUAL - A portaria também aprova o
novo Manual Técnico para Diagnóstico da Infecção pelo HIV em Adultos e
Crianças. O documento complementa os procedimentos para a realização de testes
de HIV no país. “A portaria atualiza a forma técnica do diagnóstico do
HIV para nos adequarmos aos avanços alcançados nesse campo nos últimos anos. O
objetivo é tornar mais fácil a sua interpretação pelos profissionais de saúde”,
explica o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa.
Segundo o secretário, a principal meta é
possibilitar a ampliação da testagem e do acesso mais rápido e eficiente a todos
que buscam o diagnóstico. “Isso permitirá que os profissionais e serviços façam
escolhas adequadas à sua realidade local, de modo a viabilizar o acesso de
todos os indivíduos que desejam conhecer seu estado sorológico”, observa Jarbas
Barbosa.
Outra novidade do Manual é a possibilidade de
confirmação do diagnóstico rápido de HIV, com um segundo teste, também rápido,
que permite a redução do tempo de entrega do resultado ao paciente. Atualmente,
a confirmação do diagnóstico de HIV é feita por meio dos testes Elisa e Western
Blot.
“Anteriormente, quando a pessoa realizava o exame
em laboratório, e o Elisa dava positivo, era feito um teste complementar do
tipo Western Blot. Com o avanço tecnológico, esse exame ficou ultrapassado. Por
essa razão, na nova portaria - quando o teste inicial feito no laboratório der
positivo - o teste complementar recomendado a partir de agora é o teste
molecular”, explica o diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais,
Fábio Mesquita.
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