Vacina contra HIV: um avanço nas pesquisas brasileiras

A infecção da AIDS se dá pelo vírus HIV, que ataca células do sistema imunológico, destruindo glóbulos brancos. A falta de linfócitos diminui a capacidade do organismo de se defender de doenças oportunistas, causadas por microrganismo que normalmente não são capazes de desencadear males em pessoas com sistema imunológico normal.

Desde seu surgimento existem pesquisas para o desenvolvimento de uma vacina, porém encontra-se muitas dificuldades pois o vírus sofre mutações muito rapidamente e além disso o HIV é um retrovírus, isso quer dizer que ele insere o seu genoma no genoma da célula dificultando o reconhecimento pelo organismo humano.

Como é feita a vacina?
Inserida no organismo, a vacina atua diretamente nas células T CD4 – as mais importantes do sistema de defesa do corpo e mais afetadas pelo vírus HIV – aumentando a resposta imune celular.
A premissa é que, se o sistema imunológico conseguir reconhecer o material rapidamente e reagir para destruí-lo, isso fará com que o faça com o vírus HIV de verdade.


Qual a expectativa dos pesquisadores?Segundo Edecio Cunha Neto (pesquisador), o diferencial da vacina é que ela tem como alvo parte do vírus que não se alteram na transmissão entre indivíduos. Na próxima face de testes, com macacos, deverão ser usados 28 animais para injetar os fragmentos de HIV, nos primatas serão usados vírus atenuados como os das campanhas de vacinação. Dessa forma, espera-se que os macacos desenvolvam uma reação imunológica contra os fragmentos.
Os resultados brasileiros já repercutiram no mundo. A Avac (Global Advocacy for HIV Prevention) reconhece os avanços da pesquisa, e cita que, no momento, mais de 30 vacinas estão sendo testadas no mundo. "Difícil dizer qual é a mais promissora. Não sabemos sequer se teremos, com certeza, uma vacina contra o HIV".

Pesquisadores da USP em parceria com o Butantã vem tentando desenvolver uma vacina para combater o vírus, o estudo tem sido feito desde 2001 e espera-se que daqui 3 anos possa começar os testes em humanos. Já foram realizados testes em macacos Rhesus e camundongos e os resultados foram satisfatórios.

A vacina é feita com a inserção de trechos de genes que codificam pedaços de proteínas do vírus causador, tendo como base a ideia de que eles sejam usados dentro da célula para fabricar mini proteínas (peptídeos), sem o vírus original. Esses pequenos pedaços proteicos foram escolhidos com bases em pacientes que apresentam resposta imune alta contra o HIV. A partir dos fragmentos de DNA do vírus, foi produzido o imunizante HIVBr18.

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