Todo homem tem as chamadas glândulas de Tyson -
pequenas estruturas no pênis que ficam entre a glande e o prepúcio e se parecem
com espinhas esbranquiçadas. Na maior parte da população masculina, elas são
pouco desenvolvidas e quase não aparecem. Mas, para cerca de 8% a 12% dos
homens, elas se tornam hipertrofiadas, ou aumentadas, sem qualquer razão
específica, apenas por uma questão genética. Muitos garotos, por falta de
conhecimento, ficam constrangidos e temem que essas 'bolinhas' sejam sinal de
alguma DST (Doença Sexualmente Transmissível).
"Quando elas aumentam de tamanho, têm um
comportamento visual muito parecido com verrugas e por isso normalmente
assustam e levam os indivíduos a se preocupar muito", explica o médico
Sylvio Quadros, chefe do Departamento de DSTs da Sociedade Brasileira de
Urologia. Apesar de as glândulas terem características distintas às de verrugas
causadas por DST, como padrões de distribuição e localização, apenas o
especialista é capaz de fazer essa diferenciação com segurança.
As glândulas de Tyson excretam substâncias que
protegem e funcionam como lubrificante natural do órgão genital masculino. O
acúmulo desse sebo dá origem ao esmegma, secreção esbranquiçada que às vezes se
acumula no pênis. O nome dessas estruturas anatômicas não tem nenhuma ligação
com o lutador de boxe norte-americano. A denominação mais popular é uma
homenagem a Edward Tyson, cientista britânico que as descreveu pela primeira
vez em 1694.
Durante a ereção, as glândulas também parecem
momentaneamente maiores. Nos homens em que são naturalmente mais desenvolvidas,
elas se tornam proeminentes com a chegada a adolescência. "É nessa fase
que os meninos começam a percebê-las e às vezes pensam que é uma doença que
está relacionada à masturbação", conta o urologista André Milanezi
Lorenzini, diretor técnico responsável de um instituto especializado em
urologia em Belo Horizonte (MG).
Depois de postar um vídeo informativo sobre as
glândulas de Tyson no YouTube, que já teve mais de 100 mil visualizações, o
médico mineiro passou a ser o "salvador" de muitos jovens, que
relatam nos comentários o alívio em saber que são "normais".
Alternativas arriscadas
As glândulas de Tyson aumentadas não são
consideradas uma anomalia, apenas uma variante anatômica normal, que não
acarreta nenhum sintoma nem exige tratamento. Entretanto, a aparência dessas
glândulas proeminentes costuma incomodar os homens.
As glândulas de Tyson são estruturas que ficam
entre a glande e o prepúcio e se parecem com espinhas esbranquiçadas
Por vergonha de expor a condição ou ir ao médico,
alguns rapazes buscam informações na internet sobre o assunto e métodos
alternativos de eliminá-las. Não é difícil encontrar blogs e relatos acerca
dessas experiências, na maioria das vezes inócuas e até arriscadas.
O vestibulando Elias, de Fortaleza (CE), que
prefere não revelar publicamente o sobrenome, resolveu contar no blog
"Viver com Glândulas de Tyson" suas tentativas de se livrar do
problema por conta própria. A atitude mais radical do estudante foi decepar
suas glândulas com a tesoura.
"Decidi cortar porque estava bastante
deprimido com as glândulas. Eu tinha cerca de sete, todas localizadas perto do
"freio" do pênis, e me incomodavam muito. Tive muito medo de pegar
uma infecção e também sentir muitas dores", revela.
Por sorte, o procedimento não acarretou
consequências mais graves à saúde de Elias, que diz que algumas das glândulas
voltaram. O estudante afirma que ainda não teve coragem de ir ao urologista por
vergonha e falta de maturidade, mas diz que pretende fazer isso daqui a algum
tempo.
Enquanto isso, o jovem continua experimentando
tratamentos alternativos para eliminar completamente as glândulas que sobraram.
O urologista Sylvio Quadros alerta para os riscos envolvidos: "Dependo da
substância usada, isso pode levar a formação de escaras, inclusive com
alteração anatômica da região".
A criação do blog pelo menos ajudou Elias a
perceber que não era o único a sofrer com essa situação. Antes de concluir, aos
15 anos, que tinha as glândulas de Tyson mais desenvolvidas, o estudante chegou
a pensar que estava com DST. "Foi a primeira coisa que pensei, mas achei
quase impossível porque na época eu era virgem", relembra Elias,
atualmente com 19 anos.
Procedimento estético
Apesar de
não acarretarem nenhum problema fisiológico, as glândulas de Tyson podem ser
retiradas por razões exclusivamente estéticas. Os especialistas explicam que às
vezes os homens ficam preocupados e até inseguros durante a relação sexual por
causa da aparência do pênis e também, em alguns casos, pela necessidade de
explicar que o que possuem não é uma DST.
Quadros
ressalta a importância de analisar a condição de cada paciente individualmente
para avaliar a necessidade do procedimento. "Conforme o tamanho, muitas
vezes essas lesões são substituídas por uma cicatriz que é definitiva. É
preciso avaliar caso a caso porque às vezes não compensa fazer a
cirurgia", defende o médico.
O
urologista relata que os homens chegam com muitas dúvidas ao consultório,
frequentemente alimentadas por anos a fio até criar a coragem de procurar um
especialista. "Isso cria uma problemática psicológica enorme, gerando às
vezes problemas de disfunção erétil por causa de algo simples, de fácil
resolução ou entendimento. Na maioria das vezes não há o que fazer, eles
precisam ter consciência de que eles não têm uma doença", enfatiza Sylvio
Quadros.
A
eletrocauterização é um dos métodos mais empregados para a remoção das
glândulas de Tyson. Segundo André Milanezi, o procedimento, realizado em
ambiente cirúrgico, é simples e leva, em média, de cinco a dez minutos para ser
executado, com anestesia local. A recuperação costuma acontecer em um período
de até dez dias após a cauterização.
O
urologista afirma que as glândulas não voltam, somente reaparecem caso não
tenham sido cauterizadas totalmente. As complicações, como ressecamento, são
muito raras e a eliminação das glândulas, explica Milanezi, não traz nenhum
prejuízo, já que existem outros grupos excretores que também colaboram com a
lubrificação do pênis. O médico mineiro, que faz pelo menos duas
eletrocauterizações por mês, diz que o procedimento não deixa cicatrizes.
Por ter
finalidade estética, geralmente os convênios não cobrem a cirurgia, que custa,
em média, R$ 400. André Milanezi também expõe que muitas vezes alguns médicos
relevam o problema e desencorajam os pacientes a fazer o procedimento, já que a
condição não é uma doença. Mas ele acredita que é essencial, antes de tudo,
levar em consideração o impacto que as glândulas têm na vida do paciente.
"O problema pode virar uma cisma, uma preocupação, que afete indiretamente
a vida sexual. Se está na literatura médica que se pode cauterizar, qual é o
problema? Mas é importante lembrar que é um procedimento absolutamente
estético", justifica.
Fonte: Glândulas no pênis deixam
garotos constrangidos e com receio de DST.
Disponível em : http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2014/01/13/glandulas-aumentadas-no-penis-deixam-alguns-garotos-constrangidos.htm
Mais ainda existe mulheres que não conhece ;as glândulas por isso estas tais são constrangimento na hora H.
ResponderExcluirDói na hora da relação sexual?
ResponderExcluirCausa algum dano ou mal estar?