Descoberto em 1980, o HTLV (Vírus
T-linfotrópico humano) é um vírus da família do HIV, ainda sem cura e que pode
causar, entre outras doenças, leucemia e paralisia nas pernas.
Apresenta dois tipos: o HTLV-1, que causa
doenças neurológicas e leucemia, e o tipo 2 (HTLV-2), que ainda não foi
associado a nenhuma patologia por conta de poucos estudos do vírus em questão.
Formas de
Transmissão:
- Relações sexuais desprotegidas com
parceiros (as) infectados (as);
- Compartilhamento de seringas e agulhas
com pessoas infectadas;
- Transfusões sanguíneas (Desde 1993,
todos os bancos de sangue do Brasil devem testar os doadores de sangue para o
HTLV)
- De mãe para filho durante a gestação, no
momento do parto e principalmente, durante o aleitamento.
É importante ressaltar que não se pega
HTLV pelo beijo, abraço, utilização do mesmo banheiro, pelo ar (tosse ou
espirro) nem pelo uso dos mesmos talheres.
Embora haja semelhança na forma de
contágio, e os vírus HIV e HTLV pertencerem a uma mesma família chamada
Retrovírus, eles são vírus diferentes. O HTLV não leva à AIDS, nem o
vírus HTLV se transforma em HIV. A confusão pode acontecer porque, antigamente,
o vírus HIV era chamado de HTLV-3 pelo fato de ter sido o terceiro retrovírus
descoberto.
Sintomas:
De acordo com o Ministério da Saúde, a
maioria dos infectados não apresenta sintomas durante toda a vida. Apenas 10%
deles podem desenvolver doenças associadas, como quadros neurológicos
degenerativos, dermatológicos, urológicos e hematológicos.
Quando se manifestam, são sintomas como:
dor na batata da perna e nos pés, na coluna lombar, fraqueza, dormência e
formigamentos nos membros inferiores e perturbações urinárias. Nesses casos, em
geral, instalam-se quadros neurológicos degenerativos graves.
Nos quadros de leucemia e linfomas, os
sintomas mais comuns são: lesões cutâneas, descamação, gânglios infartados,
alterações visuais e ósseas.
Diagnóstico
Muitas vezes, a pessoa descobre que é
portadora do vírus por acaso, quando vai doar sangue, por exemplo.
O diagnóstico é feito somente por exame
sorológico específico para pesquisa de anticorpos anti-HTLV-1/2 no sangue. Após
os exames de triagem, geralmente utilizando teste de ELISA, existe uma
necessidade, em caso deste teste ser reativo (positivo) da realização do teste
para confirmar e diferenciar anticorpos anti-HTLV-1 e anti-HTLV-2, que pode ser
sorolágico (Western blot) ou molecular (PCR).
Em casos de pacientes positivos, além da
sorologia para HTLV-1/2, geralmente pede-se sorologia para agentes que,
potencialmente, apresentam rotas similares de transmissão como o vírus da
hepatite B, vírus da hepatite C, HIV e sífilis. Os exames de sangue solicitados
são: hemograma completo, contagem de linfócitos T CD4/CD8, cultura de linfócitos,
parasitológico, glicemia, DHL. Caso o paciente apresente sintomas, deve seguir
as orientações do (s) médico (s) que o assistem em relação aos retornos.
Indivíduos portadores assintomáticos devem consultar-se com intervalo de um
ano.
Tomar conhecimento da infecção é
fundamental para controlar a transmissão do vírus.
Tratamento:
Como o risco do desenvolvimento da doença
associado ao HTLV-1 é muito baixo, não existe indicação de tratamento nos casos
assintomáticos, até o momento.
Os casos onde existem sinais comprovados
de doença associada ao HTLV-1, o tratamento é direcionado de acordo com o
quadro desenvolvido e pode ser realizado no SUS. Quanto mais cedo se
tratam as doenças causadas pelo HTLV, maiores são as chances do tratamento ser
eficaz.
Prevenção
Entre as orientações para prevenir que se
contraia o vírus estão o uso de preservativo masculino ou feminino (disponíveis
gratuitamente na rede pública de saúde) em todas as relações sexuais, e o não
compartilhamento de seringas, agulhas ou outro objeto cortante. Também é
recomendável que as mulheres, que estejam grávidas ou pretendam
engravidar, peçam ao seu médico para averiguar a possibilidade da infecção pelo
HTLV.
Referências:
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