HIV, Sífilis e Hepatites B e C em travestis e mulheres trans



Pela primeira vez no Brasil, realizou-se o “Estudo de Abrangência Nacional de Comportamentos, Atitudes, Práticas e Prevalência para o HIV, Sífilis e Hepatites B e C entre Travestis e Mulheres Trans”, também conhecida como Pesquisa Diva, com uma amostra significativa, em que se mostra a situação destas populações em 12 municípios brasileiros. Essa pesquisa foi realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceira com o Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais (DIAHV) do MInistério da Saúde.

Foram entrevistadas 2.846 travestis e mulheres trans, distribuídas nas cidades de Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Porto Alegre, Recife, Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo.

A prevalência de HIV variou de 19,7% (Curitiba) a 65,3% (Porto Alegre), entre a população de mulheres trans pesquisadas. A sífilis ativa teve maior presença em Porto Alegre, com 35,3%. A hepatite C teve a maior prevalência em São Paulo (2,9%), enquanto a hepatite B foi de 5,9%, também na capital paulista.

Em relação à faixa etária, a idade média das entrevistadas variou de 25,6 anos a 33,7 anos, enquanto que a renda média oscilou de R$ 767,54 a R$ 2.166,24. A prevalência no ensino fundamental variou de 21,7% (Curitiba) a 58,1% em São Paulo. Com ensino médio, de 34,5% (São Paulo) a 59,9% (Belém).

Ainda segundo a pesquisa, as taxas de infecção por sífilis e HIV encontradas no estudo são elevadas quando comparadas com a população em geral e em relação às outras populações-chave (profissionais do sexo, homens que fazem sexo com homens e usuários de droga).
A maioria das participantes do estudo relatou ter se sentido discriminada por ser travesti ou mulher trans alguma vez na vida, com variação de 76,1% em Belém e 93,9% no Rio de Janeiro. O local com maior frequência de ocorrências de discriminação foi na rua, em todos os municípios pesquisados, variando de 69,6% em Porto Alegre a 95,3% no Rio de Janeiro. Nos serviços de saúde também foram registrados casos de discriminação, com maior incidência em São Paulo (42,9%).

A importância dessa pesquisa remete ao ingresso dessa população em estudos de saúde, que por sua vez já é uma população marginalizada, para que não só colete dados sobre a mesma, como também leve a informação até essas pessoas, que devido ao preconceito e discriminação, muitas vezes não consegue um atendimento adequado em centros de saúde, ou não possuem o acesso às informações a respeito das infecções sexualmente transmissíveis.

Referências:
DEPARTAMENTO DE IST, AIDS E HEPATITES VIRAIS. Agência de Notícias da AIDS: Estudo traça perfil do comportamento em relação ao HIV, sífilis e hepatites B e C em travestis e mulheres trans. 2019. Disponível em: <http://agenciaaids.com.br/noticia/estudo-traca-perfil-do-comportamento-em-relacao-ao-hiv-sifilis-e-hepatites-b-e-c-em-travestis-e-mulheres-trans/>. Acesso em: 13 maio 2019.




Cancro Mole


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Fonte: Guia Médico Brasileiro

O cancro mole é uma infecção sexualmente transmissível (IST) bacteriana, também conhecida como cancróide ou cancro venéreo simples. A bactéria causadora é a Haemophilus ducreyi, que é geralmente transmitida pelo contato sexual e que entra no corpo por meio de pequenos cortes presentes na pele ou por membranas mucosas, é mais frequente nas regiões de clima tropicais.

A condição é caracterizada por lesões múltiplas na área genital, podendo ser únicas também, de bordas irregulares, tipo úlceras e normalmente dolorosas, sendo mais frequente no sexo masculino. O período de incubação é geralmente de 3 a 5 dias, podendo se estender por até 2 semanas ou mais.

Os primeiros sintomas são dor de cabeça, febre e fraqueza que aparecem de 2 a 15 dias após o contágio. Depois, surgem pequenas e dolorosas feridas com pus nos órgãos genitais, que aumentam progressivamente de tamanho e profundidade, a seguir, aparecem outras lesões em volta das primeiras. Após duas semanas do início da doença, pode aparecer um caroço doloroso e avermelhado na virilha (íngua), que pode dificultar os movimentos da perna ao andar, esse caroço pode drenar uma secreção purulenta esverdeada ou misturada com sangue. Nos homens, as feridas aparecem na cabeça do pênis (glande). Na mulher, ficam na vagina e/ou no ânus. Nem sempre, a ferida é visível, mas provoca dor na relação sexual e ao evacuar.

Aos primeiros sinais de cancro mole é essencial procurar um médico para identificar as lesões. Para confirmar o diagnóstico será preciso fazer exames laboratoriais, teste molecular, pesquisa de DNA e raspagem.

O tratamento é feito através de antibióticos, que apenas o médico poderá indicar o adequado. O acompanhamento do paciente deve ser feito até a involução total das lesões, é indicada a abstinência sexual até a resolução completa da doença, o tratamento dos parceiros sexuais está recomendado mesmo que a doença clínica não seja demonstrada, pela existência de portadores assintomáticos, principalmente entre mulheres; é muito importante excluir a possibilidade de outras IST’s associadas. Além do tratamento com o antibiótico é necessário medidas de higiene no local.

Quando tratado corretamente o cancro mole não costuma causar maiores danos à saúde e o paciente é curado dentro de semanas. O paciente deve ser reexaminado 7 dias após início da terapia, devendo, ao fim desse período, haver melhora dos sintomas e da própria lesão.


Referências:
MINHA VIDA. Cancro mole: o que é, sintomas, tratamentos e causas. [S. l.], 3 maio 2019. Disponível em: https://www.minhavida.com.br/saude/temas/cancro-mole. Acesso em: 4 maio 2019.

SECRETARIA DE SAÚDE DO PARANÁ. Cancro mole. Paraná, 2004. Disponível em: http://www.saude.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=46. Acesso em: 4 maio 2019.



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