Ação dos profissionais de saúde em relação às Hepatites Virais

 

    As hepatites integram o segundo maior grupo de doenças infecciosas letais em todo o mundo. A prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento efetivo são fundamentais. Para isso, o Brasil faz parte de uma iniciativa da Organização Mundial de Saúde (OMS) chamada Estratégia Global para Eliminação das Hepatites Virais como Problema de Saúde Pública.

SUS oferece tratamento para todos os tipos de hepatites e a Atenção Primária à Saúde é considerada a sua porta de entrada, de modo a organizar o fluxo dos serviços prestados ao paciente.

As equipes de atenção básica têm papel relevante no diagnóstico e no acompanhamento das pessoas portadoras – sintomáticas ou não – de hepatites. Para que possam exercer esse papel, é necessário que elas estejam aptas a identificar casos suspeitos, solicitar exames laboratoriais adequados e realizar encaminhamentos a serviços de re­ferência dos casos indicados.

O objetivo é, portanto, promover uma atenção integral ao paciente, impactando positivamente a saúde coletiva. Entre os princípios da Atenção Primária à Saúde estão: universalidade, acessibilidade, continuidade do cuidado e integralidade da atenção, além da responsabilização, da humanização e da equidade no atendimento.

É papel da equipe de saúde acolher a população sexualmente ativa e abordar o tema. Entre as ações que podem ser tomadas, estão:

  • Orientar sobre a importância do uso do preservativo para evitar contágios;
  • Divulgar a testagem rápida para descartar ou não a doença. Muitos são infectados a nem sabem;
  • Incentivar a vacinação contra a Hepatite B;
  • Promover um diálogo individualizado para o paciente, de forma a orientá-lo de maneira efetiva.

    O assunto é muito importante para profissionais e estudantes da área da saúde, levando em consideração, por exemplo, o papel do Biomédico no diagnóstico por meio de exames sorológicos e/ou de biologia molecular em laboratórios de análises clínicas. Nos casos de hepatite viral, o infectologista é o responsável pelo diagnóstico, tratamento e acompanhamento da evolução do paciente que tenha a doença. Sua atuação inclui adequar o tipo de vírus e estágio da doença aos medicamentos para prevenir complicações e avanço das hepatites. Além do papel fundamental do Farmacêutico na orientação e dispensação dos medicamentos visando um tratamento adequado. O Ministério da Saúde orienta na nota técnica nº 369/2020 que a atuação do enfermeiro visa ampliar o acesso da população brasileira ao diagnóstico das hepatites B e C e posterior encaminhamento de casos detectados para tratamento. 

  • Solicitação de exames complementares para investigação de hepatites;
  • Teste rápido
  • Obrigatoriedade da notificação compulsória;
  • Monitoramento dos casos existentes;
  • Cobertura vacinal
  • Articulação de ações junto a Rede de Apoio à Saúde (RAS) com foco na eliminação das hepatites virais até 2030.

REFERÊNCIAS

Manual Técnico para o Diagnóstico das Hepatites Virais é atualizado. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/noticias/manual-tecnico-para-o-diagnostico-das-hepatites-virais-e-atualizado. Acesso em: 04 ago. 2021.

Hepatites Virais: O Brasil está atento. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/hepatites_virais_brasil_atento_3ed.pdf. Acesso em: 04 ago. 2021.


Vacina de hepatite C pode estar disponível em 5 anos, segundo vencedor do prêmio Nobel.

    A infecção pelo vírus da Hepatite C é um problema de saúde pública que acomete o mundo todo. Estima-se que cerca de 71 milhões de pessoas no mundo vivem infectadas com a hepatite C crônica, e que essa doença mata em média 399 mil pessoas por ano. É uma enfermidade silenciosa que se manifesta de forma crônica ou aguda, causando um processo inflamatório persistente no fígado que pode evoluir para uma cirrose ou câncer hepático. Destaca-se, portanto, a necessidade de uma intervenção na prevenção e cuidado perante a Hepatite C. 


    A doença causada pelo vírus da hepatite C, pela primeira vez na história pode ser curada, fornecendo esperança para erradicação no mundo todo. Isso se deve, pelo trabalho incansavelmente na busca por uma vacina pelo cientista Michael Houghton, que foi um dos autores da descoberta do vírus da hepatite C em 1989 e premiado no prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia em 2020 por esse feito. Neste ano (2021), ele anunciou que dentro de cinco anos o imunizante pode estar disponível para a população. 


    A ideia do imunizante  é induzir a produção de anticorpos para diferentes partes do HCV o que irá gerar uma resposta imune adaptativa e impedir que o agente infeccioso escape mesmo que apresente mutações. Além disso, o cientista pretende reduzir novas infecções em até 90% e a mortalidade em 65% até 2030. 


    A vacina está sendo desenvolvida no Instituto Li Ka Shing de Virologia Aplicada no Canadá. A programação é que os testes da fase 1 sejam iniciados em 2022, a fase 2 entre 2023 e 2026 contando com voluntários do grupo de risco como usuários de drogas injetáveis, e a fase 3 após 2029 podendo ser liberada a vacina para outros grupos de alto risco no mundo todo.


    Houghton, no entanto, deixa claro a importância do tratamento atual disponível inclusive pelo Sistema Único de Saúde (SUS) com antivirais de ação direta, que têm apresentado uma cura de 95% após uso por 8 à 12 semanas. A exemplo, do Telaprevir e o Boceprevir que bloqueia a enzima que é necessária para replicação do vírus, sendo distribuído para pacientes infectados com infectados com o genótipo tipo 1 e doença em quadros avançados. 


    A vacina além de prevenir novos casos e reduzir a taxa de mortalidade, poderá ainda gerar uma economia de custos governamentais com os tratamentos voltados para a Hepatite C, já que a ideia é diminuir o número de pessoas infectadas, mas nunca diminuir as políticas de conscientização e prevenção. 


    Cabe mencionar, que por ainda não ter vacina disponível para hepatite C, a prevenção é muito necessária, por isso saber as formas de transmissão e evitá-las é muito importante.



REFERÊNCIAS


GALILEU. Vacina de hepatite C pode estar disponível em 5 anos, diz vencedor do Nobel. 2021. Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Saude/noticia/2021/07/vacina-de-hepatite-c-pode-estar-disponivel-em-5-anos-diz-vencedor-do-nobel.html. Acesso em: 28 jul. 2021. 

MÉDICOS SEM FRONTEIRAS. Hepatite C. Disponível em: https://www.msf.org.br/o-que-fazemos/atividades-medicas/hepatite-c. Acesso em: 28 jul. 2021.

VARELLA, D. Hepatite C. Disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/hepatite-c/. Acesso em: 28 jul. 2021.





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