Jovens são as maiores vítimas da silenciosa sífilis em MG



A sífilis, assim como outras doenças, não escolhe cor, grupo social ou gênero de quem é infectado. Mas em meio ao número elevado de casos que atingiu Minas nos últimos anos, um grupo específico tem se destacado em meio às notificações registradas pela Secretaria de Estado de Saúde: os jovens. Entre as mais de 24 mil pessoas diagnosticadas com a doença, cerca de 58,9% possuem idade inferior a 34 anos.


Os casos se referem aos transmitidos por relação sexual sem camisinha com alguma pessoa infectada, transfusão de sangue ou mesmo pelo compartilhamento de agulhas e seringas contaminadas. O percentual de jovens diagnosticados com a doença desde 2010 representa um total de 14.638 pessoas em MG.
“A população está mudando, os comportamentos estão mudando e a forma com que a prevenção e a educação sexual estão sendo tratadas também precisa mudar”, aleta a coordenadora de IST/Aids e hepatites virais da pasta, Jordana Costa Lima. “Historicamente, os jovens são o grupo mais suscetível às DSTs, e nos últimos anos esse comportamento de risco cresceu bastante”, aponta Jordana.
Os dados refletem uma mudança no perfil dessas pessoas, que deixaram de se prevenir, e passaram a ter mais relações e parceiros. Para se uma ter ideia, pesquisa recente do Ministério da Saúde mostrou que nove em cada 10 jovens de 15 a 19 anos sabem que usar camisinha é o melhor jeito de evitar HIV, mas, mesmo assim, 6 em cada 10 destes adolescentes não usaram preservativo em alguma relação sexual no último ano.


Dentro do grupo de alerta para a SES-MG, o destaque está na presença dos homens. Em números gerais, a razão entre os sexos é para cada dois homens uma mulher é infectada. “Entre os homens, a doença é mais frequente, principalmente entre os homossexuais, pois se trata de um grupo onde as relações sexuais são mais transmissíveis”, explica Jordana. “Esse é um assunto que precisa ser levado para dentro das escolas, para dentro das famílias. Infelizmente, ocultar esse debate dos jovens não impede que eles se relacionem. Precisamos quebrar esse paradigma e mostrar a importância de se prevenir e de se tratar”, exclama.


Doença silenciosa
A maioria das pessoas com sífilis tende a não ter conhecimento da infecção, principalmente no período latente da doença, quando não se observa nenhum sinal ou sintoma clínico. No entanto, mesmo durante essa fase, pode-se transmitir a infecção aos parceiros sexuais.
Dessa forma, a principal maneira de prevenir a doença é fazer uso do preservativo, seja ele masculino ou feminino. “É importante ressaltar que em todas as relações sexuais (anal, vaginal e oral) deve-se utilizar o preservativo”, ressalta Jordana.


A coordenadora de DST/Aids e Hepatites Virais da Secretaria de Estado da Saúde ainda explica que a adesão do parceiro ao tratamento é importante para que a doença não retorne ao paciente. “A sífilis é uma doença muito fácil de ser transmitida, mais até que a hepatite e o vírus HIV. Além disso, se a mulher se trata e o parceiro não, ela volta a ser infectada e começa um novo ciclo da doença”, diz. Ela lembra ainda que a pessoa com sífilis tem maior chance de contrair o vírus da Aids, porque um dos sintomas da doença é as feridas, que aumenta a exposição ao HIV.


O alerta em Minas Gerais é ainda maior, uma vez que se somados os números de sífilis congênita e gestante, os casos diagnosticados da doença desde 2011 chegam a 42.225, fora os que podem ter sido subnotificados.


Na forma congênita, em que os casos também cresceram vertiginosamente nos últimos anos, o tratamento é gratuito e disponibilizado pelo SUS. No entanto, para que ele seja realizado adequadamente, tanto as gestantes quanto seus parceiros devem fazer os exames de diagnóstico. “Em caso de resultado positivo para a gestante, é fundamental que o parceiro também procure os serviços de saúde e passe pelo tratamento. Dessa forma, a reinfecção por sífilis é evitada e a saúde da mãe e do bebê ficam garantidas”, diz Jordana.


Consulte o link abaixo e encontre a unidade apta a fazer o teste mais próxima de você.

http://www.aids.gov.br/pt-br/acesso_a_informacao/servicos-de-saude



sífilis
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