O número de casos de doenças sexualmente transmissíveis (DST) entre pessoas acima dos 50 anos dobrou na última década. O dado alarmante acaba de ser publicado em um editorial do periódico médico Student BMJ. Entre as doenças que despontam na lista de transmissões citadas pelo estudo estão sífilis, clamídia e gonorreia.

Existem ainda poucas pesquisas sobre as razões por trás do aumento no número dessas doenças. Uma das hipóteses é a de que ela se deva às mudanças físicas — mulheres na menopausa são mais vulneráveis a uma DST. Além disso, alguns dados mostram que os homens que usam drogas contra a disfunção erétil têm mais chances de serem diagnosticados com uma DST no primeiro ano de uso do remédio.
De acordo com os autores, de posse desses dados, os médicos deveriam encorajar discussões sobre sexo seguro, independente da idade do paciente. "O profissional não deve deixar de investigar infecções sexualmente transmissíveis em idosos."

De acordo com Jean Gorinshteyn, infectologista responsável pelo Ambulatório do Idoso do Hospital Emílio Ribas, esse aumento no número de casos pode estar sendo causado pela combinação de drogas para disfunção erétil e falta de costume do uso da camisinha. “Essas pessoas não estão acostumadas a usar camisinha, e quando a usavam era para evitar uma concepção indesejada, não uma DST”, diz.

Diagnóstico: A fragilidade do sistema imunológico em pessoas com mais de 60 anos dificulta o diagnóstico de infecção por HIV, vírus causador da aids. Isso ocorre por que, com o envelhecimento, algumas doenças tornam-se comuns e os sintomas da AIDS podem ser confundidos com outras infecções.
Tanto a pessoa idosa quanto os profissionais da saúde tendem a não pensar na AIDS e, muitas vezes, negligenciam a doença nessa faixa etária. E o diagnóstico tardio de AIDS permite o aparecimento de infecções cada vez mais graves e compromete a saúde mental (podendo causar até demência).
Quanto antes começar o tratamento correto da aids, mais o soropositivo ganha em qualidade de vida. Por isso, recomenda-se fazer o teste. É rápido, seguro e pode ser feito em qualquer unidade pública de saúde.