A higiene íntima deve fazer parte do cuidado
pessoal diário. Além de eliminar odores, o cuidado previne infecções e a
proliferação de fungos, sobretudo nas mulheres, que têm anatomia genital mais
recolhida.
Por trás de uma atitude que
aparentemente seria apenas uma questão de higiene, existe um incômodo feminino
velado: a má relação com o próprio cheiro, ou melhor, com o odor natural da
região genital. “A mulher não lida bem com o odor da vulva nem com a secreção
normal”, atesta a ginecologista Carolina Carvalho Ambrogini, coordenadora do
Ambulatório da Sexualidade Feminina da Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp).
Então, como se deve higienizar a região íntima e quais produtos
usar?
- Qual é o
sabonete ideal para a região íntima?
É importante
que o sabonete seja específico para a área genital. Atualmente existem várias
marcas disponíveis. Ele deve ser ácido, como o pH da vagina e,
preferencialmente, líquido, já que os sabonetes em barra costumam ser alcalinos
e isso desequilibra o pH vaginal. O pH da vagina trata-se do
grau de acidez que mantém a flora vaginal em equilíbrio e impede a ação de
bactérias. O pH ideal (medido em exames de laboratório) fica entre 3,5 e 4,5.
A
vagina possui proteção natural, promovida por uma população de bactérias do
grupo Lactobacillus casei, que formam a chamada flora
vaginal. Esses lactobacilos têm a função de converter a lactose e outros
açúcares simples presentes na região em ácido láctico. Assim, o pH
(medida do nível de acidez) na região fica ácido, impedindo que fungos e
bactérias se proliferem, já que esses micro-organismos não conseguem sobreviver
à acidez. Entretanto, sozinhos, os lactobacilos não conseguem proteger
totalmente a vagina, e por isso faz-se necessária uma boa higiene adicional.
O sabonete deve ser aplicado
apenas na parte externa da vagina, como a vulva, virilha e o ânus, sendo
primeiro aplicado na parte da vagina e por último no ânus. Esse sabonete não
serve para tratar problemas como as irritações, vaginites, etc. Se surgirem, o
médico deve ser consultado.
- Qual é o jeito correto de higienizar a região íntima?
A
recomendação é que a higiene deve ser feita três vezes ao dia, de preferência
com água, sabonete especial e usando somente os dedos. Esponjas, cotonetes ou
qualquer outro apetrecho devem ser descartados, pois podem raspar a vulva e
provocar ferimentos. Os dedos oferecem maior mobilidade na hora da limpeza, o
que é bastante importante para lavar o clitóris e retirar todo o esmegma, um
resíduo branco formado pela combinação de células epiteliais, óleo e gordura
genital. Na vulva, os movimentos devem ser leves e circulares. Depois, com os
dedos na horizontal, a limpeza deve ser feita da vagina para o ânus, para que
não haja contato do material retal com o genital.
O maior segredo na hora do banho é que não podemos lavar a
parte interna da vagina, pois os tecidos produzem uma proteção que não deve ser
retirada. A higiene deve ser feita apenas na parte externa, de forma
leve. Por isso, não há necessidade de esfregar a região. É preciso apenas
garantir que nenhuma sujeira, como restinho de papel, acumule.
PERÍODO MENSTRUAL
Durante a
menstruação é importante redobrar o cuidado com a higiene. A quantidade de
trocas dos absorventes dependerá do seu fluxo menstrual, mas não é indicado
permanecer em contato com a secreção por mais de duas horas. Uma série de
fatores como calor e umidade também aumenta as chances de contrair infecções,
por isso escolha um absorvente de boa qualidade e que tenha um toque mais seco. Além disso, deve ser feita a higienização com maior frequência, já que o pH da vagina está alterado nessa época.
DEPILAÇÃO
Ao contrário do que muita gente pensa, não há certo
ou errado na depilação dessa região. A única indicação
é não deixar o pelo muito grande para não acumular sujeiras.
ROUPAS ÍNTIMAS
O melhor tecido para calcinha é o algodão, porque
ele deixa a área respirar e é o menos agressivo para a flora vaginal. É recomendado a utilização roupas,como saias e vestidos. No caso dos sutiãs, é melhor evitar os que possuam arame na parte inferior e os meias taças. Apesar de modelarem os seios, as peças desse tipo podem machucar a parte de baixo dos seios e, por serem mais vedados por conta do ferro, facilitam a proliferação das bactérias. O sutiã tem que ser firme, mas sem causar muita compressão.
CONTRAINDICAÇÕES
Evite usar papel higiênico e lenços perfumados na
área da vagina. Mesmo sendo próprios para a região, não são naturais e
modificam o pH. Colocar um perfuminho extra na calcinha também pode causar
alergias e infecções.
EXCESSO DE LIMPEZA
Assim como a falta de
higiene, o excesso de limpeza também pode trazer problemas. Os cuidados não
devem levar mais de três minutos, caso contrário pode haver ressecamento e
traumatismos na região vaginal. Em alguns momentos, como no período menstrual,
depois de exercícios físicos e no pós-parto, o asseio deve ser feito com mais
frequência , já que a região fica mais úmida, mas sempre com cautela, pois
trata-se de uma região muito sensível.
INFECÇÕES CONSEQUENTES
As três infecções
genitais mais comuns decorrentes de falta de higiene são a tricomoníase,
causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis,
a garnderella, consequência da superpopulação de bactérias do tipo Gardnerella
vaginalis, e, a mais conhecida, a candidíase,
originada pelo fungo Candida albicans.
Geralmente, causam corrimento intenso, de cor amarelada ou esverdeada, odor desagradável, prurido,
coceira e, muitas vezes, sujeiras e manchas brancas, semelhantes à nata de
leite, nas paredes da vulva.
Referências utilizadas:
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