Cerca de 100 mil pacientes portadores do vírus
receberão o tratamento gratuitamente até o final de 2017
Esse ano, o Ministério da
Saúde vai fornecer o medicamento antirretroviral Dolutegravir. O remédio é
o mais indicado para o tratamento de HIV/Aids pela Organização Mundial da Saúde
(OMS) e será oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Cerca de 100 mil
pacientes portadores do vírus receberão o tratamento.
“Estamos ousando oferecer o
melhor tratamento do mundo pelo menor preço possível”, destacou o ministro da
Saúde, Ricardo Barros, durante a cerimônia de anúncio do novo medicamento.
Segundo o ministro, esse é um desafio para todas as áreas da pasta, e não
apenas para o combate ao HIV e Aids.
“Temos a clareza de que é
possível fazer mais com os recursos que temos disponíveis. A nossa política é
ousar e a marca de nossa gestão é oferecer mais eficiência, possibilitando
melhorar o tratamento e a oferta de medicamentos no SUS com menor custo, sem onerar
o orçamento”, ressaltou o ministro.
A partir da negociação com a
indústria farmacêutica GSK, a pasta conseguiu reduzir em 70% o preço do
medicamento, de US$ 5,10 para US$ 1,50. Assim, a incorporação do Dolutegravir
não altera o orçamento atual do Ministério da Saúde para a aquisição de
antirretrovirais, que é de R$ 1,1 bilhão. Mantidas as negociações atuais para
todos os tratamentos com antirretrovirais, a estimativa do Ministério da Saúde
é de uma economia de R$ 5 milhões.
Para a diretora do Departamento
de DST, Aids e Hepatites Virais, do Ministério da Saúde, Adele Benzaquen, mais
importante do que reafirmar o papel do País na vanguarda da condução da
política de combate ao HIV e Aids, a incorporação do Dolutegravir reforça o
compromisso maior do Ministério da Saúde de oferecer às pessoas que vivem com
HIV e Aids a melhor tecnologia existente de forma sustentável.
“O Dolutegravir apresenta uma
série de vantagens para essas pessoas. Além de potência muito mais alta, o novo
medicamento apresenta um nível muito baixo de eventos adversos” esclareceu a
diretora. Além disso, a diretora reforçou que o novo medicamento também
apresenta maior eficácia ao longo do tempo, o que acarreta o menor aparecimento
de vírus resistentes ao longo do tratamento. “Isso possibilita maior qualidade
de vida aos pacientes ao longo dos anos”, reforçou a diretora.
Efeitos colaterais
O novo medicamento apresenta um
nível muito baixo de eventos adversos, o que é importante para os pacientes que
devem tomar o medicamento todos os dias, para o resto da vida. Com menos
eventos adversos, os pacientes terão melhor adesão e maior sucesso no
tratamento.
O diretor do Departamento de HIV,
da Organização Mundial de Saúde (OMS), Gottifried Hirnschael, por meio de
mensagem em vídeo, destacou que desde os primeiros dias da epidemia global de
HIV, o Brasil foi pioneiro ao introduzir as mais inovadoras intervenções, com
criatividade e eficiência. De acordo com ele, “o Brasil também esteve entre os
primeiros países, no fim de 2013, a introduzir a política de ‘tratar todos’ e
oferecer tratamento a todas as pessoas HIV positivas o mais cedo possível”,
disse Gottifried Hirnschael.
Sobre a incorporação do novo
medicamento no SUS, Gottifried ressaltou que “a OMS está feliz com o anúncio de
que o Brasil é um dos primeiros países a introduzir o dolutegravir, um dos mais
recentes tratamentos, no seu programa nacional. A OMS recomenda o uso desse
medicamento para aumentar ainda mais a qualidade do tratamento do HIV”,
afirmou. Para ele, com a implementação dessa nova política, o Brasil será capaz
de melhorar a saúde e o bem-estar de milhões de pessoas vivendo com HIV e irá
inspirar outros países a fazer o mesmo.
Tratamento
Inicialmente, o novo medicamento
será ofertado no SUS a todos os pacientes que estão começando o tratamento e
também aos pacientes que apresentam resistência aos antirretrovirais mais
antigos. A expectativa é que, em 2017, cerca de cem mil pacientes iniciem o uso
do novo remédio.
Já incorporado ao SUS pela
Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), o medicamento será
incluído ao novo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas de Manejo da
Infecção pelo HIV, que será atualizado ainda neste ano.
Atualmente, o esquema de
tratamento das pessoas na fase inicial é composto pelos medicamentos tenofovir,
lamivudina e efavirenz, conhecido como 3 em 1. A partir de 2017, o dolutegravir
associado ao 2 em 1 (tenofovir e lamivudina) será indicado no lugar do
efavirenz para pacientes que iniciem tratamento e aqueles que apresentam
resistência aos medicamentos mais antigos.
Panorama
Desde o começo da
epidemia, o Brasil registrou 798.366 casos de Aids, acumulados no período de
1980 a junho de 2015. No período de 2010 a 2014, o Brasil registrou 40,6 mil
casos novos por ano, em média. Em relação à mortalidade, houve uma queda da
taxa de mortalidade por Aids de 10,9% nos últimos anos, passando de 6,4 por 100
mil habitantes em 2003 para 5,7 em 2014.
Referencias:
Disponivel em:<
http://www.brasil.gov.br/saude/2016/09/sus-oferece-melhor-tratamento-do-mundo-para-pacientes-com-hiv-aids>. Acesso em 09 dejaneiro, 2017.
Referencias:
Disponivel em:<
http://www.brasil.gov.br/saude/2016/09/sus-oferece-melhor-tratamento-do-mundo-para-pacientes-com-hiv-aids>. Acesso em 09 dejaneiro, 2017.
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