Sem pecado, sem juízo. Mas com camisinha


No Carnaval, o que todo mundo quer é aproveitar ao máximo e esquecer, pelo menos por alguns dias, os problemas e as responsabilidades cotidianas. Porém, a euforia e a liberalidade da época fazem com que, em minutos, você e o desconhecido (ou desconhecida) ao seu lado tenham a certeza de que são velhos amigos, por isso, decidem cair na folia “sem pecado e sem juízo” e, pior, sem usar camisinha.
 O problema é que quem faz sexo sem proteção no Carnaval tende a ter esse comportamento ao longo do ano e isso só contribui para que novos casos de infecção pelo vírus HIV no Brasil continuem aparecendo. Segundo as estimativas mais recentes do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), em 2015,  devem ter ocorrido 44 mil novos casos de infecção pelo vírus  no Brasil.
Dados da Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas na População Brasileira (PCAP), que investiga os hábitos da população relacionados com a infecção pelo HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), mostram que apesar da maioria dos brasileiros (94%) saber que a camisinha é melhor forma de prevenção contra as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e aids, 45% da população sexualmente ativa não usou preservativo nas relações sexuais casuais nos últimos 12 meses.
 No dia a dia do consultório também é possível perceber que, mesmo tendo acesso à informação e a um padrão socioeconômico mais elevado, ainda há pessoas que praticam sexo sem preservativo, acreditando estarem imunes às DSTs e ao HIV, responsável pela aids.
No caso específico do HIV, é importante ressaltar que o período entre a contaminação e o aparecimento dos sintomas varia de pessoa a pessoa e um indivíduo infectado pode permanecer anos sem qualquer manifestação da doença. Por isso, alguém que tenha tido uma relação sexual sem preservativo deve buscar orientação médica o mais rapidamente possível. Com a ajuda de medicamentos específicos é possível impedir a aquisição do vírus HIV e de outras DSTs.
A rede pública de saúde oferece, por meio dos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs), uma estrutura voltada para o atendimento desses casos e também para realização de diagnóstico do HIV. É possível fazer exames laboratoriais (incluindo testes rápidos) e tirar todas as dúvidas com uma equipe multidisciplinar composta por médicos, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais, entre outros. Porém, a principal recomendação para evitar o contágio pelo vírus HIV ainda é a utilização do preservativo.
Nem tudo é cinza
Segundo estimativas recentes do Unaids, o Brasil responde por 40% das novas infecções por HIV na América Latina e entre a população feminina a situação é ainda mais grave. Isso porque além das meninas estarem iniciando a vida sexual mais cedo, as taxas de testagem para o vírus e de adesão ao tratamento nessa faixa etária ainda são baixas.
É certo que a ampliação do acesso ao tratamento precoce para os pacientes soropositivos mudou significativamente o curso da doença, com drástica redução na ocorrência das infecções oportunistas. Atualmente, as complicações às quais os portadores do HIV estão sujeitos têm muito mais a ver com o processo de envelhecimento, com o risco cardiovascular e distúrbios metabólicos decorrentes do sedentarismo e de hábitos de vida pouco saudáveis do que com o fato de serem soropositivos.
 Vale lembrar ainda que o Brasil foi um dos pioneiros no fornecimento gratuito do tratamento aos portadores do HIV. Hoje, entre os países considerados de baixa e média renda pela classificação da Unaids, é o que registra uma das maiores taxas de coberturas de tratamento: 64% dos pacientes brasileiros estão recebendo tratamento antirretroviral pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

















Referencia:
Disponível em : <http://agenciaaids.com.br/home/artigos/artigo_detalhe/534. Acesso em 19 de fevereiro, 2017.

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