Entenda o que muda com o Novo Protocolo de tratamento de hepatite C



O Novo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas das Hepatites Virais foi publicado no Diário Oficial da União desta quinta-feira (15). Agora, todas as pessoas diagnosticadas com hepatite C contarão com tratamento gratuito no Sistema Único de Saúde (SUS), independentemente do grau de dano no fígado.

Com a ampliação da assistência, o Ministério da Saúde busca eliminar a enfermidade até 2030. Ainda para 2018, a expectativa é ofertar tratamento para mais 50 mil pessoas com hepatite C.
Terapia
Novas indicações de tratamento, como nos casos de coinfecção de hepatite B e C, serão priorizadas, independentemente do grau de fibrose.

Acesso
Ampliação do acesso ao atendimento aos pacientes com hemoglobinopatias e outras anemias hemolíticas, hemofilia e outras coagulopatias hereditárias que acentuam a evolução da lesão hepática.

Menos burocracia
Tratamento para casos recém-diagnosticados com doença hepática avançada. Antes era necessário o paciente apresentar cargas virais para comprovação.

Cirrose
Extensão do tratamento de 12 para 24 semanas para os casos de genótipo 3 com cirrose.

Fibrose
Métodos não invasivos para avaliar o tecido fruto de cicatrização e indicação de tratamento imediato: APRI e FIB4 como primeira escolha.

Medicamento
Incorporação de novas terapias para hepatite C com genótipo 1 e 4, que inclui os medicamentos elbasvir + grazoprevir e ledispavir + sofosbuvir (com menos efeitos colaterais).


“Esse é mais um passo que o Brasil dá para garantir amplo acesso ao tratamento de hepatites”, afirma Ricardo Barros, ministro da Saúde, em nota à imprensa. O governo tem como meta eliminar a hepatite C do país até 2030.

Na prática, a primeira grande mudança envolve a universalização do atendimento. Antes, só pacientes com lesões no fígado mais graves ou longas poderiam começar o tratamento na rede pública. Agora, a infecção por si só já garantirá esse acesso – estima-se que, no Brasil, de 600 a 700 mil pessoas têm o vírus da hepatite C no corpo.

“Isso é importante, porque, quanto mais cedo iniciamos o tratamento, mais conseguimos preservar o fígado e outras partes do corpo atingidas pela hepatite C”, avalia a infectologista Anita Campos, diretora médica da Gilead.

Essa farmacêutica, aliás, é detentora de um dos novos medicamentos que serão disponibilizadas no SUS graças ao novo PCDT. Trata-se de um comprimido com ledispavir e sofosbuvir, duas moléculas que atacam diferentes pontos do vírus em questão.

A droga está focada em pacientes com o genótipo 1 da doença – uma versão de hepatite C que corresponde a mais ou menos 70% dos casos no Brasil.

A chance de cura com ela vai de 95 a 99%, enquanto os efeitos colaterais são bem controláveis (estamos falando de náusea e dor de cabeça, por exemplo).

“É o primeiro tratamento com um único comprimido diário, o que facilita a adesão”, completa Anita. O fármaco costuma ser administrado por oito a 12 semanas. Em alguns casos, essa estratégia pode se prolongar por 24 semanas.

Outros subtipos da doença também estão contemplados. Para o genótipo 4, por exemplo, foi incorporado um remédio que une os princípios elbasvir e grazoprevir, da MSD. Em linhas gerais, ele também oferece mais chance de cura e poucos efeitos colaterais.

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