As Doenças Sexualmente Transmissíveis mais comuns

Parece  óbvio perguntar como se pega uma DST, porém, a maioria das delas podem ser transmitidas por outras vias que não a sexual. Um exemplo é o HIV e as Hepatites B e C, que podem ser transmitidas através de agulhas contaminadas, transfusão de sangue ou de mãe para filho durante a gravidez. E a sífilis pode ser transmitida através do beijo, caso existam lesões na boca.  Logo, DST é uma doença que é preferencialmente, mas não necessariamente, transmitida pela via sexual.
Das três vias sexuais (anal, vaginal e oral), a via anal é aquela que apresenta maior risco de transmissão e contaminação. 
Algumas DST podem levar à morte, seja por comprometimento do sistema imunológico, como no caso do HIV, ou por aumentar o risco de tumores malignos, como são os casos da hepatite B e do HPV. Outras complicações comuns das doenças sexualmente transmissíveis são a infertilidade, a lesão da uretra e a doença inflamatória pélvica.

Tricomoníase

É uma DST causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis. Os sintomas mais comuns são a secreção esverdeada ou acinzentada, fluída, abundante, espumante e com mau cheiro. O exame direto da secreção vaginal demonstra o protozoário. O tratamento deve ser realizado e o parceiro também sempre deve ser tratado.
Causa coceira, ardor ao urinar e dor na relação sexual.

A figura ilustra o protozoário e o canal vaginal repleto de corrimento

Aspecto do corrimento espumoso

Clamídia

A infecção causada pela bactéria conhecida como Clamydia trachomatis é a DST mais comum no mundo, atingindo principalmente mulheres jovens, solteiras e com múltiplos parceiros sexuais. A transmissão é sexual mas, nas mulheres grávidas infectadas, pode provocar o parto prematuro e ser transmitida durante o mesmo, causando conjuntivite ou mesmo pneumonia no recém-nascido. 
Muitas vezes a infecção pela clamídia é assintomática, podendo persistir durante vários anos. Geralmente causa uma cervicite (inflamação das células do colo do útero), tendo como sintomas o corrimento vaginal mucopurulento e sangramento após a relação sexual. 


O diagnóstico padrão é a cultura da secreção da endocérvice e pode ser detectada no sangue através de testes de anticorpos. 
Sempre deve ser diagnosticada e tratada, pois suas consequências são muito sérias, podendo levar à infecção crônica, à gravidez ectópica ou à infertilidade. 
O tratamento recomendado é o uso de antimicrobianos sistêmicos e inclui obrigatoriamente o encaminhamento do parceiro sexual ao médico. A prevenção enfatiza a prática de sexo seguro, com o uso correto de preservativos, como a única maneira de proteção efetiva.


Gonorreia

A gonorreia é também uma das doenças infecciosas mais comuns em todo o mundo. É causada por uma bactéria conhecida como gonococo, facilmente transmitida durante as relações sexuais (sexo vaginal, anal ou oral). Atinge todo o trato urogenital e muitas vezes pode ser assintomática. 
Entretanto, principalmente nas mulheres, pode causar alguns sintomas como: secreção vaginal, disúria (ardência para urinar) ou sangramento uterino anormal.
O diagnóstico pode ser feito através de cultura da secreção.
O tratamento é realizado com o uso de antibiótico em dose única, para o casal.



Herpes Genital

Causada pelo vírus Herpes simplex, é uma DST recorrente, que se manifesta por úlceras genitais. Uma vez que a pessoa é infectada pelo vírus, ele permanece no organismo para sempre,  ocasionando sintomas apenas quando reaparece.


A primeira infecção apresenta, como sintomas, manifestações sistêmicas de uma síndrome viral, com febre e mal estar geral. Após, aparecem bolhas, que se unem e formam úlceras dolorosas. As lesões se curam espontaneamente em torno de 14 dias. Os episódios seguintes, em geral, apresentam menor duração e sintomas mais brandos, sendo precedidos por coceira ou queimação. Os surtos podem ser desencadeados por alguma alteração na resposta imune como estresse, gestação, menstruação, cansaço ou um estado imunocomprometido.
O tratamento tem como objetivo encurtar a duração dos sintomas, prevenir as complicações e recorrências e diminuir a transmissão, pois o vírus não pode ser completamente eliminado. Pode ser utilizada medicação via oral ou medicação tópica para aliviar os sintomas, apesar de menos eficaz.



Como prevenção devemos orientar as mulheres no sentido de não terem relações sexuais desde o início dos sintomas até a completa reepitelização das úlceras, utilizando sempre preservativos para maior proteção.



HPV

É uma DST causada pelo Papilomavírus humano (HPV). Atualmente, existem mais de 100 tipos de HPV - alguns deles podendo causar câncer, principalmente no colo do útero e do ânus. Entretanto, a infecção pelo HPV é muito comum e nem sempre resulta em câncer. O exame de prevenção do câncer ginecológico, o Papanicolau, pode detectar alterações precoces no colo do útero e deve ser feito rotineiramente por todas as mulheres.
A infecção normalmente causa verrugas de tamanhos variáveis. No homem, é mais comum na cabeça do pênis (glande) e na região do ânus. Na mulher, os sintomas mais comuns do HPV surgem na vagina, vulva, região do ânus e colo do útero. As lesões podem aparecer também na boca e na garganta. 
Tanto o homem quanto a mulher podem estar infectados pelo vírus sem apresentar sintomas.

Boca com verrugas ocasionadas pelo vírus HPV



Qual a melhor maneira de se prevenir contra essas DST?


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