Camisinha poética: um projeto inspirado na prevenção à Aids

Camisinhas anatômicas, perfumadas e com texturas especiais há muito tempo deixaram de ser novidade no mercado. Tem gente inventando preservativos bem mais peculiares, como as camisinhas fluorescentes, as com sabor de uísque de marca escocesa e as animadas, com formato de dinossauro, galinha, crocodilo e outros bichos, que são negociadas por fornecedores estrangeiros pela internet. O que mais falta inventar? Que tal uma camisinha poética? Mera fantasia romântica? Não! Ela é real e nasceu da inspiração de um poeta maranhense que há trinta anos mora na cidade de Itajaí, em Santa Catarina. Beirando os 60 anos de idade e já com quatro netos, o analista judiciário João da Cruz Ramos Filho (mais
conhecido por J.C. Ramos Filho) é um sujeito inquieto.
Formado em Estudos Sociais e em Direito, seu interesse se volta para as problemáticas socioculturais. Desde 1997 está engajado na luta contra a Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis (DST). Membro da Academia Itajaiense de Letras e da Sociedade Escritores de Blumenau, é cônsul em Itajaí da entidade internacional Movimento Poetas del Mundo. J.C. tem dois livros de poesia publicados: “Água de cacimba” (Papa Livro, 2ª ed., 1999) e “Fragmento essencial” (Litteris, 3ª ed., 2008) – este foi o primeiro livro da história da literatura pré-lançado em embalagens de preservativo masculino. A criatividade do poeta deu origem ao projeto
“Camisinha poética: prevenindo com poesia”, que em 2016 completou 19 anos e já distribuiu quase um milhão de camisinhas para pessoas de todas as
idades e classes sociais.
Imprimir pequenos textos poéticos em embalagens de preservativo foi a forma que ele encontrou para colaborar com o movimento de combate à Aids e às DST. É com a ideia de prevenção na cabeça e muita camisinha poética na sacola que o poeta transita por muitos eventos e lugares no Brasil e fora dele.
Ele vai… a pé, de carro, de avião, de barco ou de bicicleta, carregando e socializando sua mensagem. Afinal, J.C. Ramos Filho considera que poeta engajado “tem de ir onde o povo está”. É assim que fragmentos de poesias por ele escritas circulam em seminários nacionais sobre saúde e educação, encontros de jovens, festas tradicionais, folias de carnaval, bienais de livro e de poesia e edições do Fórum Social Mundial.
Em 2014 o poeta lançou a campanha “Poesia e prevenção pegam carona de táxi”, que teve como público-alvo os motoristas e passageiros de táxis. Participam da campanha a Secretaria de Saúde de Itajaí, a agência dos Correios da cidade e o Grupo de Apoio à Prevenção da Aids (Gapa) de Florianópolis. A iniciativa integra o projeto “Camisinha poética: prevenindo com poesia”. São distribuídos panfletos contendo informações sobre o trabalho e “camisinhas poéticas”, cujas embalagens exibem, além dos textos de J. C. Ramos Filho, desenhos de Jonas Zac. A arte final é assinada por João Alberto Pereira.
Referencias:

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