Os estudos sobre o
sexo oral comprovam que a prática é bem vista pelos brasileiros. De acordo com
uma pesquisa realizada pelo Projeto de Sexualidade do Instituto de Psiquiatria
do Hospital das Clínicas de São Paulo, 66,8% dos homens e 63,4% das mulheres
admitem realizar a modalidade. Mas será que os brasileiros se protegem na hora
do sexo oral? "A prática também pode transmitir todos os tipos de Doenças
Sexualmente Transmissiveis (DST)", afirma a ginecologista Rosa Maria Neme.
De acordo com a
especialista, de cada 10 mulheres que são atendidas no consultório, 7 confessam
que não usam camisinha para fazer sexo oral em seus parceiros. Um dado
preocupante devido os riscos que o sexo oral sem proteção pode trazer ao organismo.
Doenças como herpes, sífilis e gonorreia podem ser facilmente transmitidas a
partir da prática. "Uma pequena área lesada permite a entrada de um vírus.
E vale lembrar que pequenos machucados na boca são muito comuns", explica
o ginecologista e obstetra Linderman Alves Vieira.
Até mesmo o HIV,
vírus causador da Aids, pode ser transmitido através do sexo oral, embora as
chances de contaminação sejam menores do que quando ocorre a penetração.
"O pH da boca (neutro e-ou levemente ácido) e o contato somente com a
superfície do pênis ou da vagina diminuem os riscos de contágio. Mas, mesmo
apesar de pequeno, o perigo existe", diz a ginecologista Maria Rosa Neme.
Proteção
na mulher
Os ginecologistas
são taxativos ao dizer que a proteção da vagina para a prática do sexo oral é
totalmente deficiente. "No caso das mulheres o problema é maior, porque
não existe nenhum amparo específico, como há a camisinha masculina, para a
prática do sexo oral", diz a ginecologista Rosa Maria Neme.
Mas existe algum
jeito de se proteger? "Mesmo a camisinha feminina não vai proteger, então,
a dica é utilizar o papel filme (o mesmo usado na cozinha para embalar
alimentos) para cobrir a vagina e não existir o contato direto da boca com a
pele", diz a especialista. "O papel deve fazer a cobertura de toda a
região da vagina. A boca só pode entrar em contato com o plástico, e não com a
vulva", ressalta.
Outra dica da
ginecologista é usar a camisinha masculina como escudo. "Cortar a
camisinha ao meio e colocá-la sob a vulva pode ser uma alternativa. O lado
positivo é que elas apresentam sabores e até texturas diferenciadas, fatores
que favorecem a utilização", diz.
Proteção
no homem
Os problemas são
menores quando o sexo oral é realizado no homem, pois a camisinha apresenta uma
proteção bastante eficiente. "O preservativo impede que a boca entre em
contato direto com o pênis, oferecendo a proteção necessária", diz o
ginecologista Linderman Alves Vieira.
Mas, vale lembrar
que a camisinha deve ser usada para todas as variações da relação sexual .
"Existem pessoas que só colocam a camisinha no meio da prática do sexo
oral, hábito que anula a proteção. Ela deve ser colocada logo que o sexo passar
das preliminares", afirma o especialista.
Os
riscos que envolvem o sêmen
O contato do sêmen
com a boca pode transmitir doenças como a gonorréia. "Se existir alguma
lesão na boca, a contaminação das DSTs podem acontecer. O contágio pode ocorrer
mesmo quando o esperma não é engolido", afirma a ginecologista Rosa Maria
Neme.
Higiene
em dia
A falta de
higienização das partes íntimas sugere um risco de contaminação ainda maior.
"Quando o parceiro não apresenta nenhuma contaminação de doenças, como
herpes ou sífilis, mas não prioriza a higienização, as doenças também podem
aparecer. Infecções por fungos e bactérias, que causam corrimentos e coceiras,
são as principais preocupações", diz Linderman Alves Vieira.
Mistura
segura e saborosa
Quem procura sexo
oral com sabor, deve dar atenção para produtos específicos para a prática, em
geral antialérgicos, que garantem o prazer sem prejuízos. Utilizar alimentos
como leite condensado, chantily, mel, entre outros elementos gastronômicos,
pode causar irritações e alergias nos órgãos genitais.
Camisinha
de língua
Há produtos à venda
no mercado, conhecidos como camisinha de língua, mas o aparato não tem função
de proteger, e sim a de funcionar como um estímulo para a hora do sexo oral, já
que possui textura, sabor e até massageador, "O produto protege apenas a
região da língua, deixando o resto da boca vulnerável", explica a
ginecologista.
Prática
consciente
Mesmo com tantas
considerações, os especialistas afirmam que a prática do sexo oral não precisa
ser abolida da rotina. "Toda relação sexual apresenta riscos, o que
podemos frisar é que a proteção precisa existir. O sexo com penetração, por
exemplo, apresenta diversos riscos de contaminação, mas se realizado com
consciência tem os perigos eliminados", afirma Linderman.
Fonte: http://www.minhavida.com.br/saude/materias/5541-sexo-oral-pede-protecao-redobrada
0 comentários:
Postar um comentário